A tradução da mente através da música: uma breve reflexão.





Há muito ando pensando e revendo esse pensamento: Como a música consegue esse efeito dentro de nossas mentes? Contando uma breve história de como foi minha introdução na música, não foi diferente de outras etapas da minha vida, ou seja, minha introdução na música foi complicada. Sei que gosto de reclamar às vezes e eu mesmo me disciplino quanto a isso, não gosto de pessoas que reclamam, então essa deve ser uma característica forte em mim; uma vez que notei que as pessoas funcionam como nossos espelhos.

Em suma, já que reclamei da entrada na minha música (risos), eu era um garoto apático, na infância gostava de animes e mangás; HQ's e desenhos; Games e Livros, mas havia repulsa à música desde aquela época. Então eu era um garoto nervoso e revoltado da vida. Típico de um adolescente idiota! Eu não dava chances para música, até que meu pai me obrigou a ouvir Teixerinha pela primeira vez. Foi uma paixão ao modão clássico. Depois vieram Alvarenga e Ranchinho, Tião Carreiro e Pardinho; coisas de velho mesmo... Eu fui cada vez mais longe até chegar na mais famosa de Ludwig van Beethoven; a épica e desafogante nona sinfonia.

Depois disso procurei por músicas clássicas e encontrei alívio mental em Pavarotti, La Donna è mobile (não sei se é assim que se escreve. E como estou tentando ser sincero aqui, não vou pesquisar no Google, não sou jornalista, logo me foge a obrigação de uma perfeita escrita ou pontuação). Outrossim, descobri o musical Notredame de Paris. Garou interpretando o Quasímodo foi um grande ápice para mim.

Então me vem a pergunta do começo: Como a música consegue me fazer conversar comigo mesmo (como estou fazendo agora) através das palavras com rimas aqui e ali encaixadas em um ritmo adornadas em uma melodia que são de outras pessoas que às vezes não lembro nem o nome?

Boa parte do que vivo hoje como caráter, conduta e afins, são de acordo com a Bíblia com um acompanhamento incrível da música moldando algumas coisas.

Por exemplo: Uma vez estava com muita dificuldade em aprender a tocar violino (instrumento que atualmente toco). Tenho dedos grossos e acabo por vezes errar as notas, principalmente em acidentes como bemol e sustenido. Tons e semitons sempre foram minha fraqueza. Nasci com talento para memorizar e às vezes desenvolver fórmulas. Por exemplo, nas aulas de química desenvolvi um método mais organizado e de fácil aprendizagem em calcular gramas por mol me valendo da regra de '3'. Atualmente nem sei o que aprontei, mas minha nota foi máxima, na época. Enfim, quando fui aprender a tocar violino tive muita dificuldade, mesmo estudando 6 horas por dia (que era meu tempo limite, uma vez que trabalhava), então eis que surge uma música, de anime ainda por cima, em que a letra dizia o seguinte:

¹ "Mesmo sem um dom, mesmo sem talento
Eu posso ser bom com muito treinamento
Pra provar minha teoria, vou até o final
O trabalho duro vence o dom natural"

Ao ouvir esse trecho e cansado das últimas 5 horas sem rendimento no treinamento, eu dei uma pausa e pedi a Deus que falasse comigo, não em voz humana, mesmo eu sei que não tenho autoridade para isso. Eu abri a Bíblia e veio a parte ²"E, como Gideão veio ao Jordão, passou com os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo."

Não havia possibilidade de aquilo ser coincidência, é muito difícil um cara emotivo como eu crer no acaso. Posso ser lógico no âmbito profissional, mas pessoalmente sou muito religioso.

Então a passagem da Bíblia com uma música de anime me fez animar por mais 3 horas de treinamento até eu conseguir tocar a escala cromática de modo perfeito. Todas as vezes que eu estava cansado, lá ia eu tocar a mesma música e voltar para o treinamento. Ou seja, a palavra me guiou, e a música renovava o sentimento.

Então me surge a dúvida: A música é capaz de balancear meus algoritmos mentais como se fosse uma graxa em um motor que evita o desgaste? O que será que dá a ela esse poder? Entendo que o mundo seja vibrações e as que refletem no meu corpo me deixam animado, triste, angustiado, mas a música consegue me tirar o sono ou devolver ele ao ponto de que abandonei todos os remédios. Durmo bem e acordo maravilhosamente. Trabalho incansavelmente e não sinto desânimo desde que eu saiba a música certa...

Não me tenham por tolo ou equivocado. Não acredito em aromaterapia, musicoterapia, ou em coachs. Acredito no empírico funcional. Só que às vezes, me pego pensando como consigo controlar algumas propriedades do meu corpo, quase como se fosse uma máquina. Talvez seja alucinação de programador (risos).

Voltando ao tema principal, li alguns estudos e vou apresentar aqui um resumo do que entendi e claro, as referências bibliográficas.

Segundo ³Whelan, professor de pediatria na Harvard Medical School, talvez esteja ligado com nossa cadeia evolutiva que nos fazia confiar em nossos estímulos auditivos, uma vez que não tínhamos muitos outros métodos de prevenção para ataques. Ou seja, desde o princípio existiam sons que nos acalmavam e que nos agitavam ou perturbavam. (Imagino isso ser o motivo do barulho de chuva ajudar algumas pessoas a dormirem; uma vez que é um som que não provoca nenhuma ameaça).

Os sons estão presentes em nossas vidas desde antes do que entendemos, pois mesmo que não acreditemos em Darwin, ainda sim cremos na Idade das Trevas. Em que uma trombeta estridente não era bom sinal, dormir em florestas nas longas viagens exigia um ouvido apurado. Entender a entonação da voz de seu progenitor sempre foi essencial para verificar se o que estamos fazendo é certo ou errado.

Estamos sempre em busca de um elogio doce, pois mesmo o elogio com voz mais sisuda nos deixa desconfortável. Temos clareza nos sons, as músicas são, em suma, sons bem organizado em determinada frequência. O que me leva a crer que o programador da vida deixa softwares de auxílio para quando houver determinadas necessidades, esses softwares, ou extensões nos auxiliem. 

Ah! Por favor, também evitem pensar que sou pastor ou um filósofo teológico. Sou apenas um cara buscando resposta para mim mesmo. Mesmo eu não suporto alguns tipos de pregadores ou testemunhas de Jeová em minha porta no domingo de manhã.

Sou um cara religioso, mas até eu sei que se Deus falar comigo em voz humana algo está muito errado aqui dentro da cachola!
Enfim... Tenho muitas dúvidas ainda... Mas por ora, é só!

Referências:

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