O problema organizacional na atualidade
Por vezes me pego pensando: O que há de errado no mundo?
Me atrevo a dizer que tenho a resposta correta para tal pergunta: organização! Observo e estudo muitas questões operacionais e de empresas a que tenho acesso, e percebo que a falta de lógica e organização no âmbito diário causa problemas em nível atômico das esferas relacionais e operacionais. Somos seres projetados para sermos organizados, porém, queremos viver na bagunça por puro desapego ao trabalho e em obediência à preguiça.
Prefiro ser direto quando falo a palavra "preguiça", pois a mensagem deve ser clara nesse aspecto. O mundo em que vivemos nos exige organização, assim como a natureza exige que flores, folhas e milhões de elementos se organizem em uma sequência de Fibonacci.
Mas como a organização pode ser a solução para algo na minha vida? E na sociedade?
Calma, vamos chegar lá!
Antes de mais nada, preciso deixar claro o problema geracional atual.
Geração pós-millennial
Na geração dos millennials, observamos muitos avanços em termos de organização e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. No entanto, questões como ansiedade e depressão foram, e ainda são, parte das experiências humanas, e a sociedade tem evoluído em como lidar com elas. As pessoas dessa época entendiam a importância de equilibrar trabalho, lazer e responsabilidades, mantendo uma rotina que proporcionava saúde mental e bem-estar.
A sociedade começou a evoluir rapidamente com a chegada da internet, que ajudou a indústria, melhorou os hospitais e acelerou processos como o fim de longas filas. A sociedade tornou-se mais organizada e eficiente. No entanto, com os benefícios tecnológicos, também surgiram novos desafios.
A quebra de geração
Os anos 2000 trouxeram um nível de tolerância em alguns aspectos que, por vezes, pode ter ultrapassado limites saudáveis. O problema é que, ao justificar todos os comportamentos sob a desculpa de "sermos humanos", caímos em armadilhas perigosas. Sim, errar é humano, mas há comportamentos que não deveriam ser normalizados. Rebeldia desenfreada e a imposição de vontades de mentes imaturas quebraram a lógica de convivência. A ordem foi vista como tirania, e a complacência excessiva, em alguns casos, foi incentivada a tal ponto que se transformou em uma nova forma de tirania.
Somos obrigados a aceitar comportamentos errados desde que haja uma justificativa mínima, mesmo que isso vá contra o bom senso, a lei e a organização. A sociedade levou milhares de anos para se organizar, criando e aprimorando regras. Vimos que as guerras não trazem benefícios, e que é preciso respeitar uma ordem para viver em paz.
Hoje, a tecnologia se tornou o novo idioma global. Posso traduzir textos de qualquer idioma, até mesmo idiomas mortos. Curiosamente, em uma passagem do livro mais famoso do mundo, houve um momento em que a humanidade falava uma única língua. E o Criador, percebendo os riscos disso, confundiu os idiomas para evitar confusões maiores. O resultado foi a queda da Torre de Babel, um evento trágico que, paradoxalmente, reorganizou a sociedade. A pergunta que fica agora: qual será a nova Torre de Babel?
Uma nova torre
Vivemos em um tempo em que o excesso de informação pode ser desastroso. Temos conhecimentos históricos demais, inteligência para iniciar guerras desnecessárias, e uma quantidade de dados que muitas vezes só gera confusão. Creio que a nova torre é a própria Informação. Para que a organização retorne, talvez alguém ou algo precise derrubar essa torre.
Como? Não sei!
O excesso de informação permite inúmeras interpretações. Uma frase que ouvi certa vez ilustra bem isso: "duas pessoas discutindo geram três opiniões". Seguindo essa lógica, o excesso de ideias pode nos levar ao caos. Com bilhões de pessoas e incontáveis opiniões no mundo, a sobrecarga de informações gera ansiedade global. A mesma pessoa pode ter várias opiniões sobre o mesmo assunto em um curto espaço de tempo, dependendo do seu humor, ambiente e contexto.
A organização
Fui longe neste post, mas acredito que a solução para restaurar a ordem social seja a organização. Não devemos dividir a sociedade – isso seria imoral e antiético. O que precisamos é de uma organização de ideias. Aceitar que certas ideias clássicas são válidas, abraçar as minorias (sem colocá-las em pedestais), e limitar o excesso de informações sem se fechar ao conhecimento.
Antigamente, as pessoas dedicavam tempo às suas atividades. Assistiam filmes de 4 horas, ouviam música por 2 horas, e tiravam fotos com paciência. Hoje, queremos consumir conteúdos de 30 segundos. Isso gera ansiedade e desorganiza nosso tempo. O que eu deveria fazer na segunda-feira acaba sendo empurrado para terça por motivos banais. Essa desorganização individual espalha-se pela sociedade, tornando as cidades caóticas, os estados confusos e, por fim, os países desorganizados.
Em resumo: uma sociedade organizada, que aceite as diferenças; uma empresa organizada, que mantenha as informações claras; e um país organizado, que abrace todas as pessoas, pode ser a solução para o caos que vivemos.
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